sexta-feira, 22 de julho de 2016
quinta-feira, 21 de julho de 2016
A Semana da Arte Moderna 1922
A
semana da Arte Moderna 1922
Di Cavalcanti: um dos grandes
pintores e ilustradores brasileiros (fonte da foto: www.dicavalcanti.com.br)
Regionais: Di Cavalcanti e Vicente do Rego;
Nacionais: Anita Malfatti e Tarsila do Amaral;
Universais: Victor Brecheret, Lasar Segall e Oswald Goeldi;
Música: Heitor Villa-Lobos e Guiomar Novaes;
Arquitetura: Antônio Garcia Moya
A
Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo
como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na
Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista,
que era influenciada pelas formas estéticas europeias
mais conservadoras. O idealizador deste
evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti.
Di
Cavalcanti
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di cavalcanti, foi um importante pintor, caricaturista e ilustrador brasileiro.
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di cavalcanti, foi um importante pintor, caricaturista e ilustrador brasileiro.

Biografia
- Di Cavalcanti nasceu na cidade do Rio
de Janeiro, em 6 de setembro de 1897.
- Desde jovem demonstrou grande interesse pela pintura. Com onze anos de idade teve aulas de pintura com o artista Gaspar Puga Garcia.
- Desde jovem demonstrou grande interesse pela pintura. Com onze anos de idade teve aulas de pintura com o artista Gaspar Puga Garcia.
- Seu primeiro trabalho como caricaturista foi para a revista Fon-Fon, no ano de 1914.
- Seu primeiro trabalho como caricaturista foi para a revista Fon-Fon, no ano de 1914.
- Participou do Primeiro Salão de
Humoristas em 1916.
- Mudou para a cidade de São Paulo em 1917.
- Mudou para a cidade de São Paulo em 1917.
- Em 1917, fez a primeira exposição individual para a revista "A Cigarra".
- Em 1917, fez a primeira exposição individual para a revista "A Cigarra".
- Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo 11 obras de arte e elaborando a capa do catálogo.
- Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo 11 obras de arte e elaborando a capa do catálogo.
- Em 1923, foi morar em Paris como
correspondente internacional do jornal Correio da Manhã. Retornou para o Brasil
dois anos depois e foi morar na cidade do Rio de Janeiro.
- Em 1926, fez a ilustração da capa do livro O Losango de Cáqui de Mário de Andrade. Neste mesmo ano participa como ilustrador e jornalista do jornal Diário da Noite.
- Em 1926, fez a ilustração da capa do livro O Losango de Cáqui de Mário de Andrade. Neste mesmo ano participa como ilustrador e jornalista do jornal Diário da Noite.
- Em 1927, colaborou como desenhista no Teatro de Brinquedo.
- Em 1927, colaborou como desenhista no Teatro de Brinquedo.
- Em 1928, filiou-se ao Partido Comunista do Brasil.
- Em 1928, filiou-se ao Partido Comunista do Brasil.
- Em 1934, foi morar na cidade de Recife.
- Em 1934, foi morar na cidade de Recife.
- Morou na Europa novamente entre os anos
de 1936 e 1940.
- Em 1937, recebeu medalha de ouro pela decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira.
- Em 1937, recebeu medalha de ouro pela decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira.
- Em 1938, trabalhou na rádio francesa Diffusion Française.
- Em 1938, trabalhou na rádio francesa Diffusion Française.
- Em 1948, faz uma exposição individual de retrospectiva no IAB de São Paulo.
- Em 1948, faz uma exposição individual de retrospectiva no IAB de São Paulo.
- Em 1953, foi premiado, junto com o pintor Alfredo Volpi, como melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo.
- Em 1953, foi premiado, junto com o pintor Alfredo Volpi, como melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo.
- Em 1955, publicou um livro de memórias
com o título de Viagem de minha vida.
- Recebeu o primeiro prêmio, em 1956, na Mostra de Arte Sacra (Itália).
- Recebeu o primeiro prêmio, em 1956, na Mostra de Arte Sacra (Itália).
- Em 1958, pintou a Via-Sacra para a catedral de Brasília.
- Em 1958, pintou a Via-Sacra para a catedral de Brasília.
- Em 1971, ocorreu a retrospectiva da obra de Di Cavalcanti no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
- Em 1971, ocorreu a retrospectiva da obra de Di Cavalcanti no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
- Morreu em 26 de outubro de 1976 na cidade do Rio de Janeiro.
- Morreu em 26 de outubro de 1976 na cidade do Rio de Janeiro.
Estilo artístico e temática
- Seu
estilo artístico é marcado pela influência do expressionismo, cubismo e dos muralistas
mexicanos (Diego Rivera, por exemplo).
- Abordou temas tipicamente brasileiros como, por exemplo, o samba. O cenário geográfico brasileiro também foi muitoi retratado em suas obras como, por exmeplo, as praias.
- Abordou temas tipicamente brasileiros como, por exemplo, o samba. O cenário geográfico brasileiro também foi muitoi retratado em suas obras como, por exmeplo, as praias.
- Em suas obras são comuns os temas
sociais do Brasil (festas populares, operários, as favelas, protestos sociais, etc).
- Estética que abordava a sensualidade tropical do Brasil, enfatizando os diversos tipos femininos.
- Estética que abordava a sensualidade tropical do Brasil, enfatizando os diversos tipos femininos.
- Usou as cores do Brasil em suas obras, em conjunto com toques de sentimentos e expressões marcantes dos personagens retratados.
- Usou as cores do Brasil em suas obras, em conjunto com toques de sentimentos e expressões marcantes dos personagens retratados.
Principais obras de Di Cavalcanti
Arte Moderna
OEm um
período repleto de agitações, os intelectuais brasileiros se viram em um
momento em que precisavam abandonar os valores estéticos antigos, ainda muito
apreciados em nosso país, para dar lugar a um novo estilo completamente
contrário, e do qual, não se sabia ao certo o rumo a ser seguido.
No Brasil, o descontentamento com o
estilo anterior foi bem mais explorado no campo da literatura, com maior ênfase
na poesia. Entre os escritores modernistas destacam-se: Oswald de Andrade,
Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira. Na pintura, destacou-se Anita Malfatti,
que realizou a primeira exposição modernista brasileira em 1917. Suas obras,
influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a
sociedade da época.
Oswald
de Andrade
Guilherme
de Almeida
Manuel
Bandeira
Anita
Malfatti
Anita Malfatti foi uma importante e
famosa artista plástica (pintora e desenhista) brasileira. Nasceu na cidade de
São Paulo, no dia 2 de dezembro de 1889 e faleceu na mesma cidade, em 6 de
novembro de 1964.
Vida
e obra
Anita
Malfatti era filha de Bety Malfatti (norte-americana de
origem alemã) e pai italiano. Estudou pintura em escolas de arte na Alemanha e
nos Estados Unidos (estudou na Independent School
of
Art
em Nova Iorque). Em sua passagem pela Alemanha, em 1910, entrou em contato com
o expressionismo, que a influenciou muito. Já nos Estados Unidos teve contato
com o movimento modernista.
Em
1917, Anita Malfatti realizou uma exposição artística muito polêmica, por ser
inovadora, e ao mesmo tempo revolucionária. As obras de Anita, que retratavam
principalmente os personagens marginalizados dos centros urbanos, causou
desaprovação nos integrantes das classes sociais mais conservadoras.
Em 1922, junto com seu amigo Mario
de Andrade, participou da Semana de Arte Moderna. Ela fazia parte do Grupo dos
Cinco, integrado por Malfatti, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de
Andrade e Menotti del Picchia.
Entre os anos de 1923 e 1928 foi
morar em Paris. Retornou à São Paulo em 1928 e passou a lecionar desenho na
Universidade Mackenzie até o ano de 1933. Em 1942, tornou-se presidente do
Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Entre 1933 e 1953, passou a
lecionar desenho nas dependências de sua casa.
Principais
obras de Anita Malfatti
Monteiro Lobato não poupou críticas à
pintora, contudo, este episódio serviu como incentivo para a realização da
Semana de Arte Moderna.
Teatro
Municipal de São Paulo: palco da Semana de Arte Moderna
Monteiro
Lobato
Como foi
OA
Semana, realizada entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, foi a explosão de ideias
inovadoras que aboliam por completo a
perfeição estética tão apreciada no século XIX. Os artistas brasileiros
buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão; com este propósito,
experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão. Isto culminou com
a incompreensão e com a completa insatisfação de todos que foram assistir a
este novo movimento. Logo na abertura, Manuel Bandeira, ao recitar seu poema Os
sapos, foi desaprovado pela plateia através
de muitas vaias e gritos.
Os Sapos
Manuel
Bandeira
Os Sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede
como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame
a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."
Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."
Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou
bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;
Lá,
fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...
Embora tenha sido alvo de muitas
críticas, a Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao
inserir suas ideias ao
longo do tempo. O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações
através da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelos seguintes
movimentos: Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo
Movimento Antropofágico.
Todo novo movimento artístico é uma
ruptura com os padrões utilizados pelo anterior, isto vale para todas as formas
de expressões, sejam elas através da pintura, literatura, escultura, poesia,
etc. Ocorre que nem sempre o novo é bem aceito, isto foi bastante evidente no
caso do Modernismo, que, a principio, chocou por fugir completamente da
estética europeia tradicional
que influenciava os artistas brasileiros.
Curiosidades sobre a Semana de Arte
Moderna:
ODurante
a leitura do poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira (leitura feita por
Ronald de Carvalho) , o público presente no Teatro Municipal fez coro e
atrapalhou a leitura, mostrando desta forma a desaprovação.
No dia 17 de fevereiro, Villa-Lobos fez
uma apresentação musical. Entrou no palco calçando num pé um sapato e em outro
um chinelo. O público vaiou, pois considerou a atitude futurista e
desrespeitosa. Depois, foi esclarecido que Villa-Lobos entrou desta forma, pois
estava com um calo no pé.
Villa-Lobos
Heitor Villa-Lobos se tornou conhecido
como um revolucionário que provocava um rompimento com a música acadêmica no
Brasil. As viagens que fez pelo interior do país influenciaram suas
composições. Entre elas, destacam-se: "Cair da Tarde", "Evocação",
"Miudinho", "Remeiro do São Francisco", "Canção de
Amor", "Melodia Sentimental", "Quadrilha",
"Xangô", "Bachianas
Brasileiras", "O Canto do Uirapuru", "Trenzinho
Caipira".
Composições
Em 1903, Villa-Lobos terminou os estudos
básicos no Mosteiro de São Bento. Costumava juntar-se aos grupos de choro,
tocando violão em festas e em serenatas. Conheceu músicos famosos como Catulo
da Paixão Cearense, Ernesto
Nazareth, Anacleto de Medeiros e João Pernambuco.
No período de 1905 a 1912, Villa-Lobos
realizou suas famosas viagens pelo norte e nordeste do país.
Ficou impressionado com os instrumentos
musicais, as cantigas de roda e os repentistas. Suas experiências resultaram,
mais tarde, em "O Guia Prático", uma coletânea de canções folclóricas
destinadas à educação musical nas escolas.
Em 1915, Villa-Lobos realizou o primeiro
concerto com suas composições. Nessa época, já havia composto suas primeiras
peças para violão "Suíte Popular Brasileira", peças para música de
câmara, sinfonias e os bailados "Amazonas" e "Uirapuru".
Villa-Lobos – seleção do Guia
Prático (1984)
Lado A
Arranjos
de Guerra-Peixe
1 Castelo
2 Có, có, có
3 Carneirinho, carneirão
4 Machadinha
5 Pai Francisco
6 Rosa Amarela
7 Que lindos olhos!
8 Vida Formosa
9 Sambalêlê
10 Constante
11 Ó sim!
12 A cotia
13 Bela Pastora
14 Na Corda da viola
1 Castelo
2 Có, có, có
3 Carneirinho, carneirão
4 Machadinha
5 Pai Francisco
6 Rosa Amarela
7 Que lindos olhos!
8 Vida Formosa
9 Sambalêlê
10 Constante
11 Ó sim!
12 A cotia
13 Bela Pastora
14 Na Corda da viola
Lado B
1 O Anel
2 Capelinha de Melão
3 Cai, Cai, Balão (solo Cecília Valle) e Bambalalão
4 Sapo Jururu
5 Caranguejo
6 A Gatinha Parda
7 Formiguinha
8 Candeeiro
9 Nesta Rua (solo Ana Gabriela Aranha de Macedo)
10 Anquinhas
11 O Cravo Brigou com a Rosa
12 Terezinha de Jesus
13 Nigue-Ninhas
14 Viuvinha da Banda d’Além
15 Senhora Viúva
16 Ó Limão
17 Meu Benzinho
18 Na Mão Direita
19 Uma, Duas Angolinhas
2 Capelinha de Melão
3 Cai, Cai, Balão (solo Cecília Valle) e Bambalalão
4 Sapo Jururu
5 Caranguejo
6 A Gatinha Parda
7 Formiguinha
8 Candeeiro
9 Nesta Rua (solo Ana Gabriela Aranha de Macedo)
10 Anquinhas
11 O Cravo Brigou com a Rosa
12 Terezinha de Jesus
13 Nigue-Ninhas
14 Viuvinha da Banda d’Além
15 Senhora Viúva
16 Ó Limão
17 Meu Benzinho
18 Na Mão Direita
19 Uma, Duas Angolinhas
A crítica considerava seus concertos
modernos demais. Mas à medida que se apresentava no Rio e São Paulo, ganhava
notoriedade.
Em 1919, apresentou-se em Buenos Aires,
com o Quarteto de Cordas no 2.
Nasemana
da Arte Moderna de 1922, o aceitou participar dos três
espetáculos no Teatro Municipal de São Paulo, apresentando, entre outras obras,
"Danças Características Africanas" e "Impressões da Vida
Mundana".
Em 30 de junho de 1923, Villa-Lobos
viajou para Paris com recursos obtidos graças a projeto aprovado pela Câmara
dos Deputados. Um grupo de amigos e os irmãos Guinle também se propuseram a
subvencionar sua estada na Europa. Com o apoio do pianista Arthur Rubinstein e
da soprano Vera Janacópulos,
Villa-Lobos foi apresentado ao meio artístico parisiense e suas apresentações
fizeram sucesso.
Retornou ao Brasil em final de
1924.
Em 1927, voltou à Paris com sua esposa
Lucília Guimarães, para fazer novos concertos e iniciar negociações com o
editor Max Eschig. Três anos depois, voltou ao Brasil para
realizar um concerto em São Paulo. Acabou por apresentar seu plano de Educação
Musical à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
Em 1931, o maestro organizou uma
concentração orfeônica chamada "Exortação Cívica", com 12 mil vozes.
Após dois anos assumiu a direção da
Superintendência de Educação Musical e Artística. A partir de então, a maioria
de suas composições se voltou para a educação musical. Em 1932, o presidente
Vargas tornou obrigatório o ensino de canto nas escolas e criou o Curso de
Pedagogia de Música e Canto. Em 1933, foi organizada a Orquestra Villa-Lobos.
Villa-Lobos apresentou seu plano
educacional, em 1936, em Praga e depois em Berlim, Paris e Barcelona.
Escreveu à sua esposa Lucília pedindo a
separação, e assumiu seu romance com Arminda Neves de Almeida, que se tornou
sua companheira. De volta ao Brasil, regeu a ópera "Colombo" no
Centenário de Carlos Gomes e compôs o "Ciclo Brasileiro" e o
"Descobrimento do Brasil" para o filme do mesmo nome produzido por
Humberto Mauro, a pedido de Getúlio Vargas.
Em 1942, quando o maestro Leopold
Stokowski
e a The American Youth Orchestra
foram designados pelo presidente Roosevelt para visitar o Brasil O maestro Stokowski
realizou concertos no Rio de Janeiro e solicitou a Villa-Lobos que selecionasse
os melhores músicos e sambistas, a fim de gravar a Coleção Brazilian
Native
Music.
Villa-Lobos reuniu Pixinguinha, Donga,
João da Baiana, Cartola e outros, que sob sua batuta realizaram apresentações e
gravaram a coletânea de discos, pela Columbia Records.
Em 1944/45, Villa-Lobos viajou aos
Estados Unidos para reger as orquestras de Boston e de Nova York, onde foi
homenageado. Em 1945 fundou a Academia Brasileira de Música. Dois anos antes de
sua morte, o maestro compôs "Floresta do Amazonas"para
a trilha de um filme da Metro Goldwyn
Mayer.
Realizou concertos em Roma, Lisboa,
Paris, Israel, além de marcar importante presença no cenário musical
latino-americano.
Praticamente residindo nos EUA entre 1957
e 1959, Villa-Lobos retornou ao Brasil para as comemorações do aniversário do
Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Com a saúde abalada, foi internado para
tratamento e veio a falecer em novembro de 1959.
Vicente
do Rego Monteiro
Biografia
}Vicente
do Rego Monteiro (Recife PE 1899 - idem 1970). Pintor, escultor, desenhista,
ilustrador, artista gráfico. Inicia estudos artísticos em 1908,
acompanhando sua irmã Fedora
do Rego Monteiro (1889 - 1975) em
cursos da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro. Em 1911,
viaja com a família para França, onde freqüenta as Academias Colarossi, Julian
e de La Grande Chaumière. Participa do Salon des Indépendants, em 1913, do qual
se torna membro societário. Em Paris, mantém contato com Amedeo Modigliani
(1884 - 1920), Fernand Léger (1881 - 1955), Georges Braque (1882 - 1963), Joán
Miró (1893 - 1983), Albert Gleizes (1881 - 1953), Jean Metzinger (1883 -
1956) e Louis Marcoussis (1883 - 1941). No início da Primeira Guerra Mundial
(1914-1918), deixa a França, com sua família, e se estabelece no Rio de
Janeiro, em 1915.
}Em
1918, realiza a primeira individual, no Teatro Santa Isabel, no Recife, e dois
anos mais tarde expõe pela primeira vez em São Paulo, onde entra em
contato com Di
Cavalcanti (1897 - 1976), Anita
Malfatti (1889 - 1964), Pedro
Alexandrino (1856 - 1942) e Victor
Brecheret (1894 - 1955). Em 1920, estuda a arte
marajoara das coleções do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Movido por uma
grande paixão pela dança, realiza em 1921 o espetáculo Lendas, Crenças e Talismãs dos Índios do
Amazonas, no Teatro Trianon, Rio de Janeiro,
elogiado pelo poeta e crítico Ronald de Carvalho (1893 - 1935). Viaja para
França, deixando oito óleos e aquarelas para serem expostos na Semana de
Arte Moderna de 1922, em São Paulo. Em 1923, faz desenhos de máscaras e
figurinos para o balé Legendes Indiennes de L'Amazonie.
Integra-se ao grupo de artistas da galeria e revista L´Effort Moderne,
de Leonce Rosemberg.
}Traz
ao Brasil a exposição A Escola de Paris,
exibida no Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Decora a Capela do Brasil
no Pavilhão Vaticano da Exposição Internacional de Paris, em 1937. Em 1946,
funda a Editora La Presse à Bras, dedicada à publicação de poesias brasileiras
e francesas. A partir 1941, publica seus primeiros versos, Poemas de Bolso,
organiza e promove vários salões e congressos de poesia no Brasil e na França.
Retorna ao Brasil, e dá aulas de pintura na Escola de Belas Artes da
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, em 1957 e 1966. Em 1960, recebe o
Prêmio Guillaume Apollinaire pelos sonetos reunidos no livro Broussais - La Charité.
Entre 1966 e 1968, dá aulas no Instituto Central de Artes da Universidade de
Brasília - UnB.
Comentário
Crítico
}Vicente
do Rego Monteiro nasce no Recife e muda-se para o Rio de Janeiro em 1908.
Nesse ano inicia os estudos artísticos, acompanhando a irmã Fedora
do Rego Monteiro (1889 - 1975) na
Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Em 1911, a família muda-se para
Paris, onde o artista freqüenta os cursos livres da Académie
Colarossi e estuda desenho, pintura e escultura nas Académies Julien
e La Grande Chaumière. Volta ao Rio de Janeiro em 1915, devido à Primeira
Guerra Mundial (1914-1918). No início da carreira, dedica-se brevemente à
escultura. Em 1920, realiza exposição de desenhos e aquarelas, apresentada
em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Nessa mostra, já revela o interesse
pelas lendas e costumes da Amazônia, que se tornam inspiração para grande parte
de suas obras. Estuda atentamente as coleções de cerâmica marajoara do Museu
Nacional da Quinta da Boa Vista.
}Nesse
período estabelece contato com artistas ligados ao movimento modernista: Anita
Malfatti (1889 - 1964), Victor
Brecheret (1894 - 1955) e Di
Cavalcanti (1897 - 1976). Viaja para a França em 1921 e deixa
algumas pinturas com o crítico e poeta Ronald de Carvalho (1893 - 1935), que
decide incluí-las na seleção de obras expostas na Semana de Arte Moderna,
de 1922. No início da década de 1920, produz aquarelas nas quais representa
lendas indígenas, recorrendo à figuração geométrica e também à ornamentação da
cerâmica marajoara, como em Mani
Oca e O Boto (ambas
de 1921). Retorna nesse ano a Paris, onde convive com os artistas Victor
Brecheret e Antonio
Gomide (1895 - 1967), com os quais compartilha o interesse
pelas estilizações formais do art deco.
Na obra A Caçada (1923)
o pintor utiliza o recurso de estilização das figuras, que apresentam certa
tensão muscular e assumem o aspecto de engrenagens, tendo as obras de Fernand
Léger (1881 - 1955) como parâmetro.
}Preocupado
em adaptar temas tradicionais da arte sacra a uma linguagem moderna
produz Pietá (1924),
a qual se destaca pela aparência plástica de relevo e pelo uso de uma gama
cromática reduzida, recorrente em sua obra: nuances de ocre, cinza e marrom. O
quadro A Crucifixão (1924)
apresenta dramáticos efeitos de claro-escuro e é estruturado por meio do
rigoroso jogo de linhas horizontais e verticais. Na obra A Santa Ceia (1925)
as figuras remetem à arte egípcia e o espaço é ordenado por seções geométricas.
Nessa obra, os tons neutros, trabalhados em leves gradações, conferem ao quadro
caráter bidimensional.
}O
artista revela preocupação com o tema social em Os Calceteiros (1924),
mais especificamente com o mundo dos trabalhadores. Dedica-se também às figuras
de crianças, muitas vezes representadas ao lado de animais, como em O Menino e os Bichos (1925).
}Realizada
no mesmo ano, a tela O Urso é
construída por meio de linhas curvas, que se dispõem ritmicamente no espaço e
revelam a admiração pelas formas orgânicas e sintéticas do escultor romeno
Constantin Brancusi (1876 - 1957). Já em O
Atirador de Arco (1925), inspira-se na representação
do índio realizada anteriormente por Debret (1768
- 1848). Nessa obra as tensões criadas pela
envergadura do arco ecoam em uma sucessão de ondas, em espaço próximo ao
do relevo.
}Como
nota o historiador Walter Zanini, a década de 1920 foi o período mais produtivo
do artista. Na década seguinte, afasta-se da pintura e dedica-se principalmente
à ilustração. Em 1930, traz para o Recife uma exposição de artistas da
Escola de Paris, que inclui, entre outros, quadros de Pablo Picasso (1881 -
1973), Georges Braque (1882 - 1963), Joan Miró (1893 - 1983), Gino Severini
(1883 - 1966), Fernand Léger e suas próprias obras.
}Essa
exposição é importante por ser a primeira mostra internacional de arte moderna
realizada no Brasil, com artistas ligados às grandes inovações nas artes
plásticas, como o cubismo e
o surrealismo.
Ao ser apresentada em São Paulo, a mostra foi acrescida de telas de Tarsila
do Amaral (1886 - 1973), que o artista conhecera em Paris na
década anterior.
}Rego
Monteiro, ao longo da carreira, alterna temporadas entre o Brasil e a França.
Elabora a parte gráfica e realiza ilustrações para as revistas Renovação e Fronteiras.
Poeta e tradutor, incentiva jovens escritores publicando seus textos nessas
revistas. A partir da década de 1950, volta a dedicar-se com maior intensidade
à pintura, tornando mais constantes em suas obras temas regionais
como, em O Vaqueiro (ca.1963)
e O Aguardenteiro (fim
da década de 1950). Mantém-se fiel à fatura do início da carreira, utilizando
grande simplificação formal e uma gama cromática reduzida, às quais alia
interpretação monumental do art deco. No fim de sua vida, destaca-se a sua
importante atuação como professor de pintura na Escola Nacional de Belas Artes
da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, atividade que exerce de 1957
a 1966.
Tarsila do
Amaral
Tarsila
do Amaral foi uma das mais importantes pintoras brasileiras do movimento
modernista. Nasceu na cidade de Capivari (interior de São Paulo), em 1 de
setembro de 1886.
Biografia resumida
Na adolescência, Tarsila estudou no
Colégio Sion, localizado na cidade de São
Paulo, porém, completou os estudos numa escola de Barcelona (Espanha).
Desde jovem, Tarsila demonstrou
muito interesse pelas artes plásticas. Aos 16 anos, pintou seu primeiro quadro,
intitulado Sagrado Coração de Jesus.
Em 1906, casou-se pela primeira vez
com André Teixeira Pinto e com ele teve sua única filha, Dulce. Após se
separar, começa a estudar escultura.
Somente aos 31 anos começou a
aprender as técnicas de pintura com Pedro Alexandrino Borges (pintor, professor
e decorador).
Em 1920, foi estudar na Academia
Julian (escola particular de artes plásticas) na cidade de Paris. Em 1922,
participou do Salão Oficial dos Artistas da França, utilizando em suas obras as
técnicas do cubismo.
Retornou para o Brasil em 1922,
formando o "Grupo dos Cinco", junto com Anita Malfatti, Mario de
Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia. Este grupo foi o mais
importante da Semana de Arte Moderna de 1922.
Em 1923, retornou para a Europa e
teve contatos com vários artistas e escritores ligados ao movimento modernista
europeu. Entre as décadas de 1920 e 1930, pintou suas obras de maior
importância e que fizeram grande sucesso no mundo das artes. Entre as obras
desta fase, podemos citar as mais conhecidas: Abaporu (1928) e Operários (1933).
No final da década de 1920, Tarsila
criou os movimentos Pau-Brasil e Antropofágico. Entre as propostas desta fase,
Tarsila defendia que os artistas brasileiros deveriam conhecer bem a arte
europeia, porém deveriam criar uma estética brasileira, apenas inspirada nos
movimentos europeus.
No ano de 1926, Tarsila casou-se
com Oswald de Andrade, separando-se em 1930.
Entre os anos de 1936 e 1952,
Tarsila trabalhou como colunista nos Diários Associados (grupo de mídia que
envolvia jornais, rádios, revistas).
Principais características de suas obras
- Uso de cores vivas
- Influência do cubismo (uso de
formas geométricas)
- Abordagem de temas sociais,
cotidianos e paisagens do Brasil
- Estética fora do padrão
(influência do surrealismo na fase antropofágica)
Principais obras de Tarsila do Amaral
O Modelo (1923)
Caipirinha (1923)
Tarsila do Amaral faleceu na cidade
de São Paulo em 17 de janeiro de
Victor Brecheret
Victor Brecheret foi um importante
escultor ítalo-brasileiro do século XX. É considerado um dos principais
representantes da Arte Moderna no Brasil. Teve importante participação, expondo
esculturas, na Semana de Arte Moderna de 1922. Grande parte de suas esculturas
está exposta em locais públicos, principalmente na cidade de São Paulo. O Monumento
às Bandeiras,
exposta no Parque do Ibirapuera (zona sul de São Paulo), é uma de suas obras de
arte mais conhecidas. Durante sua vida artística ganhou vários prêmios
nacionais e internacionais de arte, comprovando seu grande talento artístico.
Nascimento
•Victor
Brecheret nasceu na cidade de Farnese (Itália) em 22 de fevereiro de 1894.
Morte
•Victor Brecheret morreu na cidade de São
Paulo (Brasil) em 17 de dezembro de 1955.
Biografia
resumida
•- Em
1912, entra para o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo para estudar desenho e
modelagem.
•- Em
1913, vai para Roma estudar escultura.
•- Em
1915, monta um ateliê em Roma.
•- Em
1916, fica em primeiro lugar na Exposição de Belas-Artes em Roma,
com a
obra Despertar.
•- Retorna
ao Brasil em 1919 e monta seu ateliê em São Paulo.
•- Em
1920, faz a maquete de uma de suas principais obras modernistas: Monumento
às Bandeiras (inaugurada
em 1953 no Parque do Ibirapuera).
•- Vinte esculturas
de sua autoria fazem parte da Semana de Arte Moderna de 1922, sendo expostas no
Teatro
Municipal
de São Paulo.
•- Em
1926, é realizada sua primeira exposição individual, na cidade de São Paulo.
•- Em
1941, torna-se o vencedor no concurso para o "Monumento ao Duque de Caxias".
•- Em
1950, expõe na 25ª Exposição de Artes de Veneza.
•- Em
1951, expõe na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.
•- Em
1950, expõe na 26ª Exposição de Artes de Veneza.
•- Em 25 de janeiro 1953 (aniversário de
São Paulo), inaugura sua importante obra "Monumento às
Bandeiras".
•- Em
1955, expõe na 3ª Bienal Internacional de São Paulo.
Principais obras (esculturas)
•Observação:
Não encontrei
•Despertar
•Ídolo
•Busto de Alcântara Machado
•O Grupo
•Relevos
Lasar Segall
Biografia de
Lasar Segall:
Lasar Segall (1891-1957) foi um pintor
lituano, radicado no Brasil. Sendo precursor do expressionismo, era comedido em
seus traços, em suas cores e em suas representações.
Lasar Segall (1891-1957) nasceu em Vilna,
capital da República da Lituânia no dia 21 de julho de 1891. Ainda criança já
mostrava interesse pelo desenho. Com 14 anos ingressou na Academia de Desenho
de sua cidade. Em 1906, foi para Berlim, Alemanha, estudar na Academia
Imperial, onde permanece durante cinco anos. Em 1911, mudou-se para a cidade de
Dresden, onde estudou na Academia de Belas Artes.
As lutas iniciais do pintor foram
enormes, por introduzir ideias novas e revolucionárias, totalmente diversa da
existente. Em 1912, Segall veio para o Brasil, onde já estavam seus irmãos. Em
1913, faz duas exposições individuais, em São Paulo e em Campinas, ainda sem
grande repercussão. E dessa época seu quadro "Dois Amigos". Voltou
para Europa e em 1918, casou-se com Margarete Quack.
Lasar
Segall
retornou
ao Brasil em 1923, e dedicou-se à pintura. Sendo precursor do expressionismo,
seu nome está ligado ao movimento expressionista da escola alemã. Era comedido
em seus traços, em suas cores e em suas representações. Mesmo os quadros que
possuem cores vivas, traduzem aspectos sombrios. Lasar
dedicou-se
também ao desenho de uma série de móveis modernos.
Em
1925, já separado de Margarete, sua primeira esposa, casa-se com Genny Klabin,
com quem teve dois filhos. Em 1927, pintou "Bananal". Foi viver em
Paris. Em 1932, Segall retornou definitivamente para o Brasil. Participou da
fundação da Sociedade Paulista Pró-Arte Moderna.
Destacam-se
ainda os quadros "Homem com Violino", "Navios" e
"Retrato de Mário de Andrade". Em 1957, realizou-se em Paris, a
monumental "Exposição Segall", no Museu de Arte Moderna, com 61
quadros, 22 esculturas de bronze, 200 desenhos, aquarelas e gravuras. Em 1957,
voltou para São Paulo
Lasar
Segall faleceu em São Paulo, no dia 2 de agosto de 1957. Sua residência, na
Vila Mariana em São Paulo, abriga hoje o Museu Lasar Segall, onde possui um
acervo de cerca de três mil obras de arte.
Oswaldo Goeldi
Biografia
Oswaldo Goeldi (Rio de Janeiro RJ 1895 -
idem 1961). Gravador, desenhista, ilustrador, professor. Filho do cientista
suíço Emílio Augusto Goeldi. Com apenas 1 ano de idade, muda-se com a família
para Belém, Pará, onde vivem até 1905, quando se transferem para
Berna, Suíça. Aos 20 anos ingressa no curso de engenharia da Escola
Politécnica, em Zurique, mas não o conclui. Em 1917, matricula-se na Ecole des Arts et Métiers
[Escola de Artes e Ofícios], em Genebra, porém abandona o curso por julgá-lo
demasiado acadêmico. A seguir, passa a ter aulas no ateliê dos artistas Serge Pahnke
(1875 - 1950) e Henri van Muyden (1860 - s.d.).
No mesmo ano, realiza a primeira
exposição individual, em Berna, na Galeria Wyss, quando conhece a obra de Alfred Kubin
(1877 - 1959), sua grande influência artística, com quem se corresponde por
vários anos. Em 1919, fixa-se no Rio de Janeiro e passa a trabalhar como
ilustrador nas revistas Para Todos, Leitura
Para Todos e Ilustração
Brasileira.
Dois anos depois, realiza sua primeira individual no Brasil, no saguão do Liceu
de Artes e Ofícios. Em 1923, conhece Ricardo Bampi, que o inicia na xilogravura. Na década
de 1930, lança o álbum 10 Gravuras em Madeira de Oswaldo
Goeldi, com
introdução de Manuel Bandeira (1886 - 1968), faz desenhos e gravuras para
periódicos e livros, como Cobra Norato, de
Raul Bopp (1898 - 1984), publicado em 1937, com suas primeiras xilogravuras
coloridas.
Em 1941, trabalha na ilustração das Obras
Completas de
Dostoievski, publicadas pela Editora José Olympio. Em 1952, inicia a carreira
de professor, na Escolinha de Arte do Brasil, e,
em 1955, torna-se professor da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no
Rio de Janeiro, onde abre uma oficina de xilogravura. Em 1995, o Centro
Cultural Banco do Brasil realiza exposição comemorativa do centenário do seu
nascimento, no Rio de Janeiro.
Comentário Crítico
Oswaldo Goeldi nasce no Rio de Janeiro.
Filho do cientista suíço Emílio Augusto Goeldi, muda-se para Belém, Pará, com 1
ano de idade. Seu pai funda na cidade o Museu de História Natural e Etnografia,
hoje Museu Emílio Goeldi. Vive em Belém até os 6 anos. Muda-se com a família
para Berna, na Suíça, onde inicia seus estudos. Interessado em engenharia, vai
para Zurique e ingressa na Escola Politécnica, em 1914. Sua estada na cidade é
atribulada. A Europa vive o início da I Guerra Mundial (1914-1918) e, na
sua admissão na Politécnica, Goeldi é convocado para o serviço militar,
interrompendo os estudos. No Exército, atua como sentinela da fronteira e fica
longe dos combates.
Cerca de um ano depois, seu interesse
pelo desenho cresce na mesma medida em que diminui a vontade de continuar
cursando engenharia.
Em 1917, após a morte do pai, o artista
abandona a Politécnica e se transfere para Genebra, com o intuito de estudar
arte. Passa seis meses na Ecole des Arts et Métiers [Escola de Artes e Ofícios].
Decepciona-se, e passa a ter aulas no ateliê dos artistas Serge Pahnke
(1875 - 1950) e Henri van Muyden (1860 - s.d.). Depois de curto período
sob a tutela dos dois, abandona definitivamente os estudos de arte. No entanto,
trabalha muito. Sua produção é exibida em uma primeira individual, ainda
naquele ano, na Galeria Wyss, em
Berna. Na exposição, conhece a obra de Alfred Kubin (1877 - 1959).
Esse contato é decisivo para sua
formação. Goeldi interessa-se pelo aspecto imaginativo e sombrio de suas cenas.
Nesse período, seus desenhos incorporam temas mórbidos, ambientados em cenários
aterradores. Na mesma época, faz amizade com o pintor Hermann Kümmerly.
Realiza, com ele, as primeiras litografias.
Goeldi volta para o Brasil em 1919 e
passa a residir no Rio de Janeiro. Adapta-se com dificuldade à vida carioca.
Ele, que se sentia "um europeu sentimental",1 se ressente da defasagem
cultural e do provincianismo da sociedade. Dois anos depois expõe no saguão do
Liceu de Artes e Ofícios, já atuando como ilustrador na revista Para
Todos,
desde o ano de seu desembarque.
A mostra é mal recebida pela imprensa e
lhe dá a medida da resistência do meio artístico brasileiro aos avanços
artísticos da Europa. Apesar dos comentários negativos, a exposição o aproxima
de um grupo de escritores, artistas e intelectuais interessados na renovação
criativa, como Beatrix Reynal,
Aníbal Machado (1894 - 1964), Otto Maria Carpeaux (1900 - 1978), Manuel
Bandeira (1886 - 1968), Álvaro Moreyra (1888 - 1964), Ronald de Carvalho (1893
- 1935), Di
Cavalcanti (1897 - 1976) e Rachel de Queiroz (1910 - 2003),
que ainda não tinham prestígio. O apoio, no entanto, não é suficiente. O
artista se abala. Torna-se cada vez mais avesso ao mundo cultural carioca e
próximo da vida boêmia.
Em 1922, desentende-se com a família.
Contrariados, os parentes tentam enviá-lo para a Europa. O grupo de
intelectuais que havia se aproximado do artista, evita a sua partida e se
esforça para garantir sua permanência no país. Em 1923, inicia experimentos
com xilogravura. Aproxima-se da técnica por meio de Ricardo Bampi. Diz
que começa a gravar para "impor uma disciplina às divagações a que o
desenho o levava".2 Em
depoimento ao crítico e poeta Ferreira
Gullar (1930) conta
ter sentido "a necessidade de dar controle a estas divagações".3 Nessa época, Goeldi muda-se para
Niterói, onde pode trabalhar isolado.
Faz xilos, desenhos e ilustrações e
contribui para o periódico O Malho.
Segundo a historiadora Noemi Silva Ribeiro, no fim da década de 1920 Goeldi
passa a sobreviver como ilustrador.4 Colabora
em revistas, faz imagens para o romance Canaã (1928), de Graça Aranha (1868 -
1931), e para o livro Mangue (1929),
de Benjamin Constallat
(1897 - 1961). As imagens, no entanto, não são publicadas. Em 1930, lança o
álbum 10
Gravuras em Madeira,
com prefácio de Manuel Bandeira. Em suas gravuras a superfície é
predominantemente negra. Em
Abandono (1930),
as figuras aparecem vazadas na tinta. Goeldi abre uns poucos traços na madeira,
com o que a luz, em suas xilos, parece lutar para conquistar presença em meio
às superfícies negras.
Com a venda do álbum, arrecada dinheiro
para ir para a Europa. Expõe em Berna e em Berlim. Reencontra seu amigo Kümmerly e
expõe com ele em Muri, na
Suíça. Visita Alfred Kubin, com
quem se correspondia desde 1926. Goeldi reconhece o débito com o artista
austríaco, com quem mantém correspondência por toda a vida. Na sua estada, faz
alguns desenhos e deixa trabalhos em coleções na Suíça, Áustria e Alemanha.
Retorna ao Brasil por volta de 1932. Nesse ano experimenta o uso da cor em suas
xilogravuras.
Em 1937, ilustra o livro Cobra
Norato (1931)
de Raul Bopp (1898 - 1984), com trabalhos coloridos.
Nesse momento, os principais intérpretes
da obra de Goeldi ressaltam o afastamento de sua principal referência: Alfred Kubin.
Isso não diminui sua admiração pelo austríaco. Seu trabalho, paulatinamente,
toma outros rumos,5 afirmando
uma linguagem própria e singular. Suas imagens, também visionárias, ao
contrário das do mestre austríaco, referem-se, no entanto, à realidade, não a
mundos fantásticos. Os sulcos feitos na madeira revelam o que Carlos Drummond
de Andrade (1902 - 1987) chama de "a irrealidade do real".6 O assombro que faz parte do nosso
cotidiano.
Nos anos de 1940, sua vida como
ilustrador se consolida. Em 1941, colabora regularmente no jornal A
Manhã.
Na mesma década, realiza imagens para a
revista Clima e para livros de Dostoievski (1821
- 1861) e Cassiano Ricardo (1895 - 1974). O reconhecimento torna-se mais
evidente a partir de 1950, ano em que expõe na 25ª Bienal de Veneza. Um ano
depois, ganha o prêmio de gravura da 1ª Bienal Internacional de São
Paulo.
Nessa década, a cor aparece de maneira mais pronunciada em suas gravuras.
Em O
Ladrão (ca.1955),
o artista mostra formas coloridas nos intervalos da mancha negra que predomina
na cena. Em 1956, é realizada sua primeira retrospectiva, no Museu de Arte Moderna de São
Paulo - MAM/SP.
Nesse momento, Goeldi já é um artista de renome.
Além de trabalhar em suas gravuras com
regularidade, inicia, em 1952, sua carreira de professor, na Escolinha de Arte do Brasil.
Três anos mais tarde, ensina xilogravura na Escola Nacional de Belas Artes
- Enba. Com
ele estudam, entre outros, os artistas Antonio Dias
(1944), Gilvan
Samico (1928) e Anna Letycia (1929).
Numa quarta-feira de cinzas do dia 15 de fevereiro de 1961, Oswaldo Goeldi é
encontrado morto em seu pequeno apartamento.
Notas
1 Carta
de Goeldi a Kümmerly
datada de 16 de fevereiro de 1935. In: RIBEIRO, Noemi Silva (org.) e LAKS,
Sérgio (org.). Oswaldo Goeldi: um auto-retrato. Rio
de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1995. p.12.
2 NAVES, Rodrigo. Goeldi. São Paulo: Cosac & Naify, 1999. (Espaço da arte brasileira) . p.21. Citação do livro ZILIO, Carlos (org.). Oswaldo Goeldi. Rio de Janeiro: Solar Grandjeandjean de Montigny, s/d. p.108
3 Idem, ibidem.
4 RIBEIRO, Noemi Silva (org.) e LAKS, Sérgio (org.). Oswaldo Goeldi: um auto-retrato. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1995. p.12.
5 NAVES, Rodrigo. Goeldi. São Paulo: Cosac & Naify, 1999. (Espaço da arte brasileira). p.20.
6 DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. A Goeldi. In: ______. Carlos Drummond de Andrade: poesia e prosa. 6.ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1988.
Guiomar Novaes
2 NAVES, Rodrigo. Goeldi. São Paulo: Cosac & Naify, 1999. (Espaço da arte brasileira) . p.21. Citação do livro ZILIO, Carlos (org.). Oswaldo Goeldi. Rio de Janeiro: Solar Grandjeandjean de Montigny, s/d. p.108
3 Idem, ibidem.
4 RIBEIRO, Noemi Silva (org.) e LAKS, Sérgio (org.). Oswaldo Goeldi: um auto-retrato. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1995. p.12.
5 NAVES, Rodrigo. Goeldi. São Paulo: Cosac & Naify, 1999. (Espaço da arte brasileira). p.20.
6 DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. A Goeldi. In: ______. Carlos Drummond de Andrade: poesia e prosa. 6.ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1988.
Guiomar Novaes
Pianista brasileira
|
28-2-1894, São João da Boa Vista (SP)
7-3-1979, São Paulo (SP) |
¢Como
explicar o talento musical de uma pianista que começou a tocar aos 8 anos já
com absoluto domínio da técnica, com poesia e precisão? Guiomar Novaes, a maior
pianista brasileira e uma das maiores celebridades nos meios musicais da Europa
e dos Estados Unidos no início do século XX, transfigurava-se de tal modo ao
piano, tocando de forma arrebatadora, como se estivesse improvisando, que
diziam parecer estar em transe ou ser a encarnação de um grande artista.
Para alguns, sua genialidade era um
mistério psicológico, um milagre musical.
¢"Toca
como se algum espírito estivesse soprando em seu ouvido os segredos mais
profundos de toda a harmonia", escreveu um crítico do Times,
dos Estados Unidos. Nascida no interior de São Paulo, Guiomar cresceu em meio a
uma família de 19 crianças e num ambiente religioso. Menina, impulsionada pelo
som do piano tocado pelas irmãs mais velhas, esperava que elas deixassem o
teclado para sentar-se ao banquinho e tocar até "os dedos doerem".
Antes de aprender a ler e a escrever, dominou as notas. Seu primeiro professor
foi o paulista Eugênio Nogueira e, mais tarde, o italiano Luigi Chiaffarelli,
com quem realizou suas primeiras apresentações, os saraus musicais, em São
Paulo e, depois, no Rio de Janeiro.
¢Em
1909, aos 15 anos, partiu para a Europa para tentar uma vaga no Conservatório
de Música de Paris. Avaliada por um júri formado por célebres músicos, como
Claude Debussy, Moszckowski, Widor
e Lazare-Lévy,
foi apontada como a candidata com os melhores dotes artísticos e obteve a vaga.
No conservatório, estudou com o húngaro Isidore
Phillip e conquistou o primeiro prêmio ao concluir as provas finais, em 1911,
com a execução da Balada, de
Chopin. Poucos meses depois de graduar-se, projetou-se no mundo musical
europeu.
¢De
Paris, realizou concertos em Londres, Itália, Suíça e Alemanha. Com o advento
da Primeira Guerra Mundial, mudou-se para os Estados Unidos, onde, a partir de
1915, ascendeu profissionalmente numa trajetória rara. Desde o começo uma
revelação, permaneceu 62 anos brilhando nos palcos. Foi especialmente genial ao
interpretar Schumann e Chopin. Além de ter sido grande divulgadora da obra de
Heitor Villa-Lobos no exterior.
Antônio Garcia Moya
Antônio Garcia Moya
•O
desenhista e arquiteto Antonio Moya
nasceu na cidade Atarfe,
Granada, Espanha, porém foi para o Brasil ainda criança, com 4 anos.
•Antônio
Moya depois de completar o curso no Liceu de Artes e Ofícios foi trabalhar como
desenhista com o tio de Annita
George Krug e em
1912 se tornaria sócio passando a denominar a firma Krug&Moya, só
quando morre o tio de Annita
Malfatti, George Krug em
1918, é que em 1919 é que a Firma vem a ser Moya&Malfatti. Moya
apresentou 18 trabalhos durante a Semana de Arte Moderna de 1922.
•Abusava
da imaginação, fator este que fez com que nenhum de seus projetos apresentados
fosse realizado. Guilherme Malfatti, sócio de Moya, dizia que o trabalho
apresentado pelo arquiteto não correspondia à realidade.
•"O
poeta da pedra" assim foi chamado por Menotti del
Picchia, em seus projetos na Semana, Moya tem como influências as arquiteturas
pré-colombiana e mesopotâmica. Tinha a intenção de romper com o modelo
tradicional, usava formas cúbicas e sem muitos ornamentos. Mais tarde definido
como "Estilo Marajoara" como referência a arte indígena próxima a foz
do Rio Amazonas. Na verdade, o geometrismo que
surge em seu trabalho é resultado da influência árabe, muito forte no sul da
Espanha, residências em estilo mouro, típicas da terra que ele nunca esqueceu.
•Após
a Semana, no entanto, o arquiteto não segue a mesma linha e passa a integrar
diferentes influências aos seus projetos. Em 1933, formou-se pela Escola de
Belas Artes e a partir disto monta um escritório com Guilherme Malfatti
("Moya e Malfatti").
Fontes
Ohttps://marchamulheres.wordpress.com/2012/09/26/reflexoes-feministas-sobre-representacao-e-participacao-politica-das-mulheres/di-cavalcanti-2/
http://noticias.universia.com.br/tempo-livre/noticia/2012/10/11/974151/conheca-boba-anita-malfatti.html
http://noticias.universia.com.br/tempo-livre/noticia/2012/01/25/907191/conheca-homem-sete-cores-anita-malfatti.html
•http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/noticia/2015/06/16/as-mulheres-de-victor-brecheret-em-exposicao-no-irb-186064.php
•https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g303631-d311969-i42833646-Pinacoteca_do_Estado_de_Sao_Paulo-Sao_Paulo_State_of_Sao_Paulo.html
https://catracalivre.com.br/sp/agenda/barato/portinari-di-cavalcanti-e-lasar-segal-invadem-nova-exposicao-da-estacao-pinacoteca/
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