Arte Bizantina
A
arte Bizantina teve seu centro de difusão a partir da cidade de Constantinopla,
capital do Império Romano do Oriente, e desenvolveu-se a princípio incorporando
características provenientes de regiões orientais, como a Ásia Menor e a Síria.
A aceitação do
cristianismo a partir do reinado de Constantino e sua oficialização por Teodósio
procuraram fazer com que a religião tivesse um importante papel como difusor
didático da fé ao mesmo tempo que serviria para demonstrar a grandeza do
Imperador que mantinha seu caráter sagrado e governava em nome de Deus.
A tentativa de
preservar o caráter universal do Império fez com que o cristianismo no oriente
destacasse aspectos de outras religiões, isso explica o desenvolvimento de
rituais, cânticos e basílicas.
O apogeu da cultura bizantina ocorreu durante o reinado de Justiniano ( 526-565 d.C.
), considerada como a Idade de Ouro do império.
Justiniano
Principais características da arte bizantina:
Recebeu
influências da cultura greco-romana e oriental (principalmente da Síria e Ásia
Menor), realizando uma mistura destes diferentes aspectos culturais;
- Estilo
artístico teve presença marcante do uso de cores;
- Presença
marcante de temas religiosos (forte influência do cristianismo).
Pintura bizantina
Destaque para
os afrescos (pinturas feitas em paredes, principalmente de igrejas), miniaturas
(para ilustrar livros) e ícones (pinturas em painéis). O tema religioso
predominou, principalmente a pintura de imagens de Cristo e da Virgem Maria.

Escultura
A escultura
bizantina caracteriza pela influência oriental, sendo uma referência da
degeneração do Império Romano do Ocidente. Podemos citar como características
principais: uniformidade, rigidez, falta de naturalidade e presença de linhas
geométricas e folhagens estilizadas.
Arquitetura
Na arquitetura
podemos destacar a construção de grandes e imponentes igrejas, cuja
característica principal era a presença de cúpulas sustentadas por colunas. As
decorações e pinturas religiosas, no interior das igrejas, eram muito
utilizadas. O principal exemplo deste tipo de arquitetura é a Basílica de Santa
Sofia (localizada na atual Istambul).
Os ícones bizantinos
A palavra
ícone deriva-se do grego e significa “imagem”. Os ícones são quadros
de representações de seres divinos. Essas figuras na maioria eram bem luxuosas.
Para pintar esses quadros os artistas podiam usar dois tipos de técnicas, a
têmpera ou a encáustica.
Para
produzir esses quadros, que eram considerados divinos, os artistas tinham que
passar por uma preparação espiritual e técnica. Para fazer essas obras os artistas
passavam por um ritual de purificação, pois se achava que o divino atuava pela
mão do pintor.
Em geral esses
quadros revestiam a superfície da madeira ou da placa de metal com uma camada
dourada. Para fazer algumas partes dos quadros como, bordados e dobras, era
necessário retirar a tinta com um estilete, deixando o fundo dos quadros com
uma cor dourada. Algumas vezes os artistas colocavam joias nas pinturas,
dando assim aos ícones um aspecto de grande riqueza.
Esses
quadros na maioria das vezes eram encontrados nas igrejas, mas também se podia
encontra em oratórios familiares.
Depois
da morte do imperador Justiniano, o Império Bizantino entrou em declínio
cultural e político.
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Música Bizantina
A música
bizantina era principalmente composta por hinos, onde são encontradas as peças
que melhor caracterizam o estilo de música desta região. A música era
essencialmente eclesiástica. Pode se numerar vários tipos de hinos usados nessa
região. Um dos mais importantes é o kontakion estrófico, que é uma elaboração
poética sobre um texto bíblico, tendo como principal compositor desse estilo S.
Romano Melódio.
“Outros
tipos de hinos tiveram origem nos breves responsos (troparia) intercalados
entre os versículos dos salmos e que foram musicados com base em melodias ou
géneros musicais,
talvez,
da Síria ou da Palestina. Estas inserções foram ganhando importância crescente
e algumas de entre elas acabaram por se converter em hinos independentes, de
que existem dois tipos principais: os stichera e os kanones.“
- Os
Stichera : Hinos cantados entre os versículos dos salmos normais do ofício
- Os
Kanones : Composição baseada nos nove cânticos ou odes da Bíblia, que são
textos semelhantes aos salmos, mas não foram incluídos no Livro dos Salmos, que
são:
• Cântico
de Moisés. Travessia do Mar Vermelho. (Ex 15, 1-19). É uma ode de
agradecimento, contando sobre como ele conduziu o povo judeu do Egito pelo
fundo do Mar Vermelho.
• Cântico
do povo depois de passar pelo Mar Vermelho (Dt 32, 1-43). Ode penitencial,
cantada somente na Grande Quaresma. Nesta ode Moisés julgando o povo pecador
convoca o céu por testemunha.
• Cântico
de Santa Ana, mãe do profeta Samuel (1Sm 2,1-10). Esta ode constitui o
agradecimento de Santa Ana pelo nascimento de seu filho Samuel, que é um
particular antegozo da alegria pelo nascimento de Cristo, Filho de Deus no Novo
Testamento.
• Cântico
do profeta Habacuque (Hb 3,2-19). É a ode do profeta Habacuque que previu o
aparecimento do Senhor Jesus Cristo na terra.
• Cântico
do Profeta Isaías (Is 26, 9-20). Esta é chamada de ode universal do profeta
Isaías.
• Cântico
do Profeta Jonas (Jn 2,3-10). Esta ode apoia-se no
Livro do profeta Jonas, que engolido pelo grande peixe, orou a Deus pedindo a
salvação.
• Cântico
dos três santos meninos no interior da fornalha (Dn 3, 26-56). Esta ode
baseia-se no Livro de Daniel, fala sobre os três meninos milagrosamente salvos
da fornalha, onde foram jogados por causa da fé no Deus Único.
• Cântico
dos três santos meninos depois da saída do interior da fornalha (Dn 3,57-90).
Ode também baseada no Livro de Daniel relata o episódio de Daniel na cova dos
leões com os três jovens. Entre as odes 8 e 9 do cânon é cantado em Matinas o
cântico da Theotokos (Lc 1, 46-55): "Minha alma engrandece o Senhor e meu
espírito exulta em Deus meu salvador..." junto com o refrão: "Mais
venerável que os Querubins".
• Cântico
de Zacarias do Evangelho de São Lucas: (Lc 1, 68-79). Esta ode por sua vez,
também, glorifica a Mãe de Deus e é conhecida como cântico de Zacarias.
Cada
um desses odes tinha várias estrofes, também conhecidas como troparias, que
eram cantadas sempre com a mesma melodia. A primeira estrofe era conhecida como
heirmos, ou estrofe-modelo, onde apresentava a melodia base que ia ser repetida
durante todo o ode. Eram grafadas em livros conhecidos como hermologia.
As
melodias não eram inteiramente
originais,
e eram construídas seguindo uma ideia oriental de centonização.
“Centonização
: Estilo de composição litúrgica que empregava motivos melódicos e ritmos
preexistentes, como no gradual e no responsório.”
Dicionário
de Termos e Expressões da Música - Henrique Autran Dourado
Esse
motivos não eram compostos por uma certa escala, e sim por motivos ou formulas,
onde cada um tinha seu lugar claro de posicionamento na melodia (alguns feitos
para usar no inicio, outros no meio e outros no final, e ainda alguns para
serem elos de ligação), ficando a critério do compositor a seleção deles,
montando assim sua melodia. Além disso existia formulas ornamentais claras,
também chamados de melismas.
“Não
se sabe ao certo até que ponto a escolha das fórmulas ficava ao critério do
cantor individual ou era previamente fixada por um . Quando,
porém, as melodias vieram a ser registadas em manuscritos com notação musical,
o reportório de fórmulas já era praticamente fixo.
Os
tipos de melodia ou modos eram conhecidos nesta época como echos, que eram
nesta época ao mesmo tempo uma escala de notas possíveis e também uma gama de
motivos melódicos. Existiam 8 diferentes echoi, que eram agrupados de acordo
com o sentimento passado, de possuírem mesma escala e motivos rítmicos e
melódicos semelhantes. Eram utilizados de acordo com a natureza do texto
musicado ou ainda com a ocasião. Na música bizantina esses 8 modos eram
agrupados em 4 grupos que tinham por notas finais respectivamente Ré, Mi, Fá e
Sol. Acredita-se que a teoria modal do ocidente tenha sido importada do
Oriente, ainda que tenha sido fortemente influenciada pela teoria musical
grega.
Mosaico da Arte Bizantina
O mosaico
consiste na colocação, lado a lado, de pequenos pedaços de diferentes
colorações, sobre uma superfície de gesso ou
argamassa. Essas pedras são colocadas de acordo com um desenho pré-determinado.
A seguir, a superfície recebe uma solução de
cal, areia e óleo, que preenche os espaços vazios, aderindo melhor os pedaços
de pedra. Como resultado obtém-se uma obra
semelhante à pintura.
Os mosaicos tiveram diferentes utilizações no
decorrer da história, mas foi com os
bizantinos que ele atingiu sua mais perfeita realização. Devido suas figuras rígidas e a
pompa da arte de Bizâncio, o mosaico se tornou a forma de expressão artística
preferida pelos ocidentais romanos.
Assim,
as paredes e as abóbodas das igrejas, recobertas de mosaicos de corres intensas
e de materiais que refletem o dourado, conferem uma suntuosidade ao interior
dos templos, que nenhuma época teve a capacidade de reproduzir igual.
O
mosaico é a expressão máxima que podemos ver da arte bizantina.
Ele não
servia apenas para decorar as paredes e as abóbodas, mas sim também servia
como fonte de instrução e guia espiritual para os fiéis, mostrando-lhes cenas
da vida de Cristo, dos profetas, e dos
vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos
mosaicos romanos; pois eles são confeccionados com técnicas diferentes e
seguem convenções que regem também os afrescos. Neles,
por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar
uma certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e
o dourado é bastante utilizado, devido sua associação a um dos maiores bem
materiais existentes: o ouro.
Exemplo de mosaico bizantino, técnica e temática característicos do período
PRINCIPAIS COLABORADORES PARA ARTE BIZANTINA
Antêmio de
Tralles
Isidoro de
Mileto
San Vitale
(Meister von San Vitale)
Andrei Rublev
Ivan Rutkovych
PRINCIPAIS OBRAS BIZANTINAS

Igreja
Ortodoxa (360 – 1204 e 1261 – 1453), Igreja Católica (1204 – 1261) e Islamismo
(1453-1931). Após 1931 até o presente momento é considerada como um Museu
secular .



Fontes
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=46
https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=494940257212743&id=494852500554852
http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/arte_bizantina.htm
http://historiadamusica
antiga.blogspot.com.br/p/bizancio.htm
http://artebizantinaturmad.blogspot.com.br/2011/06/mosaico-da-arte-bizantina.html
http://uzinga.com.br/blog/2013/05/arte-bizantina/
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