sábado, 19 de março de 2016

Arte Bizantina

Arte Bizantina

A arte Bizantina teve seu centro de difusão a partir da cidade de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, e desenvolveu-se a princípio incorporando características provenientes de regiões orientais, como a Ásia Menor e a Síria.
A aceitação do cristianismo a partir do reinado de Constantino e sua oficialização por Teodósio procuraram fazer com que a religião tivesse um importante papel como difusor didático da fé ao mesmo tempo que serviria para demonstrar a grandeza do Imperador que mantinha seu caráter sagrado e governava em nome de Deus.
A tentativa de preservar o caráter universal do Império fez com que o cristianismo no oriente destacasse aspectos de outras religiões, isso explica o desenvolvimento de rituais, cânticos e basílicas.

O apogeu da cultura bizantina ocorreu durante o reinado de Justiniano ( 526-565 d.C. ), considerada como a Idade de Ouro do império.

Justiniano



Principais características da arte bizantina:


Recebeu influências da cultura greco-romana e oriental (principalmente da Síria e Ásia Menor), realizando uma mistura destes diferentes aspectos culturais;
- Estilo artístico teve presença marcante do uso de cores;
- Presença marcante de temas religiosos (forte influência do cristianismo).


Pintura bizantina


Destaque para os afrescos (pinturas feitas em paredes, principalmente de igrejas), miniaturas (para ilustrar livros) e ícones (pinturas em painéis). O tema religioso predominou, principalmente a pintura de imagens de Cristo e da Virgem Maria.

 Imagem do Cristo pantocrator na parede da galeria superior sul da Basílica de Santa Sofia em Istanbul na Turquia. Criada em 1280 é considerada Um dos principais mosaicos da arte bizantina.

Escultura


A escultura bizantina caracteriza pela influência oriental, sendo uma referência da degeneração do Império Romano do Ocidente. Podemos citar como características principais: uniformidade, rigidez, falta de naturalidade e presença de linhas geométricas e folhagens estilizadas. 


Arquitetura


Na arquitetura podemos destacar a construção de grandes e imponentes igrejas, cuja característica principal era a presença de cúpulas sustentadas por colunas. As decorações e pinturas religiosas, no interior das igrejas, eram muito utilizadas. O principal exemplo deste tipo de arquitetura é a Basílica de Santa Sofia (localizada na atual Istambul).


Os ícones bizantinos


A palavra ícone deriva-se do grego e significa “imagem”.  Os ícones são quadros de representações de seres divinos. Essas figuras na maioria eram bem luxuosas. Para pintar esses quadros os artistas podiam usar dois tipos de técnicas, a têmpera ou a encáustica.
                Para produzir esses quadros, que eram considerados divinos, os artistas tinham que passar por uma preparação espiritual e técnica. Para fazer essas obras os artistas passavam por um ritual de purificação, pois se achava que o divino atuava pela mão do pintor.
Em geral esses quadros revestiam a superfície da madeira ou da placa de metal com uma camada dourada. Para fazer algumas partes dos quadros como, bordados e dobras, era necessário retirar a tinta com um estilete, deixando o fundo dos quadros com uma cor dourada. Algumas vezes os artistas colocavam joias nas pinturas, dando assim aos ícones um aspecto de grande riqueza.
                Esses quadros na maioria das vezes eram encontrados nas igrejas, mas também se podia encontra em oratórios familiares.
 Depois da morte do imperador Justiniano, o Império Bizantino entrou em declínio cultural e político.

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro


Música Bizantina


A música bizantina era principalmente composta por hinos, onde são encontradas as peças que melhor caracterizam o estilo de música desta região. A música era essencialmente eclesiástica. Pode se numerar vários tipos de hinos usados nessa região. Um dos mais importantes é o kontakion estrófico, que é uma elaboração poética sobre um texto bíblico, tendo como principal compositor desse estilo S. Romano Melódio.
“Outros tipos de hinos tiveram origem nos breves responsos (troparia) intercalados entre os versículos dos salmos e que foram musicados com base em melodias ou géneros musicais, talvez, da Síria ou da Palestina. Estas inserções foram ganhando importância crescente e algumas de entre elas acabaram por se converter em hinos independentes, de que existem dois tipos principais: os stichera e os kanones.“

 St Romanos, the Melodist

- Os Stichera : Hinos cantados entre os versículos dos salmos normais do ofício
- Os Kanones : Composição baseada nos nove cânticos ou odes da Bíblia, que são textos semelhantes aos salmos, mas não foram incluídos no Livro dos Salmos, que são:

• Cântico de Moisés. Travessia do Mar Vermelho. (Ex 15, 1-19). É uma ode de agradecimento, contando sobre como ele conduziu o povo judeu do Egito pelo fundo do Mar Vermelho.
• Cântico do povo depois de passar pelo Mar Vermelho (Dt 32, 1-43). Ode penitencial, cantada somente na Grande Quaresma. Nesta ode Moisés julgando o povo pecador convoca o céu por testemunha.
• Cântico de Santa Ana, mãe do profeta Samuel (1Sm 2,1-10). Esta ode constitui o agradecimento de Santa Ana pelo nascimento de seu filho Samuel, que é um particular antegozo da alegria pelo nascimento de Cristo, Filho de Deus no Novo Testamento.
• Cântico do profeta Habacuque (Hb 3,2-19). É a ode do profeta Habacuque que previu o aparecimento do Senhor Jesus Cristo na terra.
• Cântico do Profeta Isaías (Is 26, 9-20). Esta é chamada de ode universal do profeta Isaías.
• Cântico do Profeta Jonas (Jn 2,3-10). Esta ode apoia-se no Livro do profeta Jonas, que engolido pelo grande peixe, orou a Deus pedindo a salvação.
• Cântico dos três santos meninos no interior da fornalha (Dn 3, 26-56). Esta ode baseia-se no Livro de Daniel, fala sobre os três meninos milagrosamente salvos da fornalha, onde foram jogados por causa da fé no Deus Único.
• Cântico dos três santos meninos depois da saída do interior da fornalha (Dn 3,57-90). Ode também baseada no Livro de Daniel relata o episódio de Daniel na cova dos leões com os três jovens. Entre as odes 8 e 9 do cânon é cantado em Matinas o cântico da Theotokos (Lc 1, 46-55): "Minha alma engrandece o Senhor e meu espírito exulta em Deus meu salvador..." junto com o refrão: "Mais venerável que os Querubins".
• Cântico de Zacarias do Evangelho de São Lucas: (Lc 1, 68-79). Esta ode por sua vez, também, glorifica a Mãe de Deus e é conhecida como cântico de Zacarias.

Cada um desses odes tinha várias estrofes, também conhecidas como troparias, que eram cantadas sempre com a mesma melodia. A primeira estrofe era conhecida como heirmos, ou estrofe-modelo, onde apresentava a melodia base que ia ser repetida durante todo o ode. Eram grafadas em livros conhecidos como hermologia.

As melodias não eram inteiramente originais, e eram construídas seguindo uma ideia oriental de centonização.

“Centonização : Estilo de composição litúrgica que empregava motivos melódicos e ritmos preexistentes, como no gradual e no responsório.”
Dicionário de Termos e Expressões da Música - Henrique Autran Dourado
                Esse motivos não eram compostos por uma certa escala, e sim por motivos ou formulas, onde cada um tinha seu lugar claro de posicionamento na melodia (alguns feitos para usar no inicio, outros no meio e outros no final, e ainda alguns para serem elos de ligação), ficando a critério do compositor a seleção deles, montando assim sua melodia. Além disso existia formulas ornamentais claras, também chamados de melismas.
 “Não se sabe ao certo até que ponto a escolha das fórmulas ficava ao critério do cantor individual ou era previamente fixada por um . Quando, porém, as melodias vieram a ser registadas em manuscritos com notação musical, o reportório de fórmulas já era praticamente fixo.
Os tipos de melodia ou modos eram conhecidos nesta época como echos, que eram nesta época ao mesmo tempo uma escala de notas possíveis e também uma gama de motivos melódicos. Existiam 8 diferentes echoi, que eram agrupados de acordo com o sentimento passado, de possuírem mesma escala e motivos rítmicos e melódicos semelhantes. Eram utilizados de acordo com a natureza do texto musicado ou ainda com a ocasião. Na música bizantina esses 8 modos eram agrupados em 4 grupos que tinham por notas finais respectivamente Ré, Mi, Fá e Sol. Acredita-se que a teoria modal do ocidente tenha sido importada do Oriente, ainda que tenha sido fortemente influenciada pela teoria musical grega.

Mosaico da Arte Bizantina


O mosaico consiste na colocação, lado a lado, de pequenos pedaços de diferentes colorações, sobre uma superfície de gesso ou argamassa. Essas pedras são colocadas de acordo com um desenho pré-determinado. A seguir, a superfície recebe uma solução de cal, areia e óleo, que preenche os espaços vazios, aderindo melhor os pedaços de pedra. Como resultado obtém-se uma obra semelhante à pintura.
Os mosaicos tiveram diferentes utilizações no decorrer da história, mas foi com os bizantinos que ele atingiu sua mais perfeita realização. Devido suas figuras rígidas e a pompa da arte de Bizâncio, o mosaico se tornou a forma de expressão artística preferida pelos ocidentais romanos.
Assim, as paredes e as abóbodas das igrejas, recobertas de mosaicos de corres intensas e de materiais que refletem o dourado, conferem uma suntuosidade ao interior dos templos, que nenhuma época teve a capacidade de reproduzir igual.
O mosaico é a expressão máxima que podemos ver da arte bizantina. Ele não servia apenas para decorar as paredes e as abóbodas, mas sim também servia como fonte de instrução e guia espiritual para os fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas, e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos;  pois eles são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar uma certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é bastante utilizado, devido sua associação a um dos maiores bem materiais existentes: o ouro.

Exemplo de mosaico bizantino, técnica e temática característicos do período



PRINCIPAIS COLABORADORES PARA ARTE BIZANTINA

Antêmio de Tralles
Isidoro de Mileto
San Vitale (Meister von San Vitale)
Andrei Rublev
Ivan Rutkovych

PRINCIPAIS OBRAS BIZANTINAS

 Justinian I – Por Meister von San Vitale para a Basilica di San Vitale em Ravenna

 Mosaico bizantino na Basílica de Santa Sofia

 Foto do Interior da Basílica de Santa Sofia, em Istambul na Turquia, símbolo da arquitetura Bizantina. Sua construção teve início em 532 e foi concluída em 537. Foi templo religioso de três religiões diferentes.
Igreja Ortodoxa (360 – 1204 e 1261 – 1453), Igreja Católica (1204 – 1261) e Islamismo (1453-1931). Após 1931 até o presente momento é considerada como um Museu secular .

 Mosaico de João Batista – Basílica de Santa Sofia

 Anastasis é uma pintura bizantina na Igreja de São Salvador em Chora, também conhecida como Mesquita Kariye, Museu de Chora ou Museu Kariye.  A Igreja é considerada um dos mais belos exemplos de uma arquitetura bizantina, está situada em Istanbul, na Turquia.

 Venerável Barlaão e seu discípulo, Príncipe Josaphat (Venerable Barlaam and his disciple prince Josaphat) pintura de 1400 do artista russo Andrei Rublev.

 Cristo na casa de Matha e Maria (Christ in the House of Matha and Mary) pintura do ucraniano Ivan Rutkovych entre os anos de 1697 e 1699.

Fontes


http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=46
https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=494940257212743&id=494852500554852
http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/arte_bizantina.htm
http://historiadamusica
antiga.blogspot.com.br/p/bizancio.htm
http://artebizantinaturmad.blogspot.com.br/2011/06/mosaico-da-arte-bizantina.html
http://uzinga.com.br/blog/2013/05/arte-bizantina/

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